‘The Wall’, musical do Pink Floyd, terá sessões em BH com trilha feita na hora (Jornal Hoje em Dia)

Jornal Hoje em Dia
Paulo Henrique Silva (phenrique@hojeemdia.com.br)
09/03/2017 – 09h53 – Atualizado 09h54
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Baseado no álbum duplo homônimo do grupo inglês Pink Floyd, o longa-metragem “The Wall” é um musical, um dos mais marcantes da década de 80. Mas a experiência que o público terá no Cine Theatro Brasil, entre amanhã e domingo, lembrará um pouco as sessões da época do cinema mudo.

A trilha sonora original do filme de Alan Parker será “silenciada” para dar lugar a uma execução ao vivo realizada por uma das principais bandas cover do PF no Brasil: a mineira Pink Floyd Reunion, formada há 14 anos. É a primeira vez no mundo que “The Wall” é apresentado dessa forma.

“É inédito 100%. Nem o próprio Pink Floyd fez isso, já que eles se separaram logo depois do filme, em 1985. É um trabalho que partiu do zero, com a gente escrevendo todos os arranjos para orquestra, pois não havia esse material em lugar nenhum”, registra Marcelo Canaan, integrante da banda e diretor executivo do espetáculo.

Com uma equipe que envolveu cerca de 80 pessoas, entre músicos e técnicos, foram quatro meses de ensaios para o resultado ficar o mais próximo possível das músicas originais do filme. “O conceito principal da banda sempre foi tocar os arranjos originais do PF, da forma como estão nos discos, não nos permitindo fazer versões próprias. Tocamos aquilo que foi a público e aprendemos a amar”, observa Marcelo, lembrando que a Pink Floyd Reunion já passou vários trabalhos do PF a limpo, mas “The Wall” exigia uma produção mais complicada, como orquestra e coral.

“De todas as obras do Pink Floyd, ‘The Wall’ é a mais complexa, com arranjos intrincados. Não é à toa que foi o álbum duplo mais vendido da história. Para nós, não tinha desafio mais interessante do que promover essa experiência audiovisual”
Marcelo Canaan
Músico da banda Pink Floyd Reunion

Anos 20-30
A escolha do Cine Theatro Brasil não foi por acaso. Inaugurado em 1932, no coração de Belo Horizonte, na confluência entre as avenidas Afonso Pena e Amazonas, o cinema – um dos maiores do Brasil – exibiu filmes importantes, entre eles o próprio “The Wall”. Segundo Marcelo, a ideia foi reproduzir o cenário de um cinema das décadas de 20 e 30, em que as orquestras acompanhavam os filmes ao vivo, sobre o palco.

Não haverá interrupções, muito menos conversas com o público durante a execução. “Para o público, é assistir um filme do início ao fim com uma música 100% feita ao vivo. Vamos estar totalmente sincronizados com o que estiver acontecendo na tela”.

E não são apenas os fãs que sairão beneficiados com um espetáculo único. O próprio PF receberá direitos pela utilização do filme, que será apresentado em alta definição. “Os direitos foram adquiridos junto a MGM Studios. Posso dizer que não foi fácil nem barato”, assinala. As legendas tiveram que ser refeitas porque, muitas vezes, os tradutores do filme não conheciam o sentido da letra.

DVD ao vivo
A intenção é filmar o espetáculo e lançá-lo posteriormente em DVD. “Para nós, mesmo sabendo de trás para frente todas as músicas do PF, tem sido muito emocionante. E posso dizer que para os músicos convidados também. Mais da metade faz parte da Filarmônica de Minas Gerais e estava acostumada com Beethoven, Mozart… Foi legal descobrir que eles têm também o rock na veia”.

Serviço: “The Wall”, com trilha sonora ao vivo com a Pink Floyd Reunion e convidados – no Cine Theatro Brasil (Praça 7), amanhã e sábado, às 21h, e domingo, às 19h. Plateia I: R$ 90 e R$ 45 (meia). Plateia II: R$ 70 e R$ 35 (meia)